Com palestrantes reconhecidos nacionalmente em uma gama de temas que variaram desde síndrome dos ovários policísticos, fertilidade, abortamento de repetição, a assistência ao parto natural e patologias obstétricas, o XXII Congresso da Sogiba, que teve início nesta sexta-feira (02.11) e se encerra amanhã (03.11), no Hotel Deville, contou com salas cheias e público interessado.
Entre debates informais, painéis, mini-conferências, mesas redondas, discutiu-se a importância da alimentação, estilo de vida, controle do peso, para a prevenção da infertilidade; o o incentivo ao parto vaginal e redução das taxas de parto cesariana e estratégias de assistência ao abortamento, contracepção nas diversas fases da vida, além da endometriose em suas nuances clínicas e cirúrgicas, entre outras. Falou-se ainda dos cuidados com a fertilidade em situações especiais, debateu-se depressão pós-parto e interpretação de exames de imagem nas diversas condições gineco-obstétricas.
A exemplo, na conferência sobre 1º Período TP - Fase de Latência, o obstetra Dr. José Carlos Gaspar falou da importância de se encorajar a mulher para o parto natural. Dra. Claudia Smith destacou as ansiedades tanto das pacientes como dos obstetras e alertou: “Temos que estar muito serenos para segurar a ansiedade da paciente”. Na mesa redonda sobre abortamentos, Dra. Adriana Monteiro falou sobre os cuidados com o útero. “Vamos pensar sobre a fisiologia do abortamento: tente intervir menos para termos um útero mais saudável”.
Já no painel “Cuidando da Fertilidade em Situações Especiais”, Dr. Eduardo Motta, de São Paulo, falou sobre criopreservação de tecidos. “O congelamento de óvulos vai ser algo do passado. Já existem outras técnicas”. E abordou os fatores endócrinos: insuficiência lútea e disfunção da tireoide. Na mesa redonda “Abordagem do casal Infértil”, Dra. Genevieve Coelho explicou a importância da história clínica da mulher, incluindo a história sexual. “Cabe ao ginecologista orientar a paciente desde cedo: caso ela queira engravidar, e não esteja conseguindo, cabe ao médico que a acompanha iniciar essa investigação”.
Na mini-conferência “Depressão na gestação e puerpério”, Dra. Camila Lobo Ramos Barreto (BA), psicóloga clínica e hospitalar, pontuou os sintomas e falou sobre as medicações que podem ser usadas. “Hoje as medicações utilizadas são tão seguras, não passam para o bebê, mas muitas vezes a família não acredita e influencia a mulher”. Ela sugere que a prevenção seja feita com consultas de pré-natal realizadas com mais intimidade entre médico e paciente. “O obstetra deve procurar ouvir as angústias da mulher e encorajá-la a participar dos encontros de gestantes”, finalizou.
No painel de “Abordagem de patologias vulvares”, Dra. Ludmila Andrade falou sobre Hipertrofia das ninfas e a atualização no tratamento. Dra. Vitória Virginia destacou a importância de ir ao ginecologista ao abordar o tema de “Dermatites e Dermatoses”. Dra. Marcia Cunha, em sua exposição, abordou a “Coaptação das ninfas na infância”. Sobre “Estética vulvar - peeling e preenchimento”, Dra. Cristina Batalha destacou a importância para as mulheres em falar sobre estética vulvar. “Com a idade e a perda de peso a paciente acaba perdendo substâncias, fica com a sensação de que está faltando algo e assim elas nos procuram para fazer esses reparos, seja preenchimento ou clareamento”.
Na mesa redonda sobre “Diabetes na gestação”, Dra. Alina Feitosa falou sobre “Diagnóstico e monitoramento metabólico materno”. Dra. Rossana Pulcineli, de São Paulo, falou sobre “Desenvolvimento e bem-estar fetal (vigilância fetal no pré-natal)”. Segundo ela, o acompanhamento médico durante gestação é ainda mais necessário em casos de grávidas com diabetes devido ao controle e avaliação da taxa glicêmica. Dr. Joaquim Custódio destacou que, durante o tratamento da diabetes na gestação, seja através de terapia nutricional, exercícios físicos ou de medicamentos, é preciso que a gestante se comprometa a seguir à risca as indicações do médico para que tudo ocorra bem até o pós-parto.
Encerrando o primeiro dia de Congresso, na última mesa redonda, em que foi abordado o tema “Síndromes Hipertensivas na gestação”, a ginecologista e obstetra, Dra. Melania Amorim, que veio da Paraíba, falou sobre os principais preditores interessantes para avaliação de pré-eclâmpsia e destacou a importância das intervenções preventivas. “É preciso fazer estudos agregando tanto a intervenção preditora quanto a intervenção preventiva”, esclareceu. Por sua vez, Dra. Lídia Aragão destacou elementos da literatura para a prevenção da pré-eclâmpsia e ressaltou a importância da prevenção e tratamento para evitar desfechos neonatais ruins. Dr. Robert Pedrosa falou sobre a “Conduta na Iminência de eclâmpsia” e destacou as complicações que as síndromes hipertensivas trazem para o bebê. Já Dr. Antônio Carlos Vieira Lopes falou sobre as repercussões a longo prazo. “Pré-eclâmpsia e hipertensão na gestação são fatores de risco para que as pacientes possam adquirir complicações cardiovasculares futuras”, concluiu.